22 de junho de 2010

LOUCA PAIXÃO - CUIDADO


 Algumas gostam de ser paparicadas e outras preferem menos grude, algumas são controladoras e fazem marcação cerrada do parceiro, enquanto outras, tranquilas, não esquentam a cabeça. Existem muitas formas de amar e cada um tem o seu jeitinho especial de demonstrar o carinho por quem ama, mas a questão é a seguinte: e quando a paixão vira obsessão? Aí mora o perigo! É ótimo cercar e ser cercada de cuidados, mas tudo em excesso pode ser ruim, até mesmo ela: A PAIXÃO.
O que você seria capaz de fazer por amor?
A própria palavra tem uma origem, por si só, muito curiosa. Do latim passione, ela significa tudo de bom - amor ardente, entusiasmo muito vivo - mas, investigado um pouquinho mais a fundo e chegando à sua raiz grega, vemos que pathos significa doença. Quem nunca viu o amor associado à loucura? Todo mundo já disse, pelo menos uma vez, "sou louca por você" para o parceiro. Quando nos apaixonamos somos meio exagerados mesmo, isso faz parte do que é o sentimento. Mas, cuidado para não levar a expressão loucura ao pé da letra!
Tudo bem, pensar no parceiro e querer cuidar dele é normal, porque, afinal, paixão é isso mesmo. Mas se o sentimento está caminhando para uma paixonite aguda, talvez seja o momento de parar, pensar e observar se o excesso não está te fazendo mal, levando, quem sabe, à paixão patológica, aquela que arrebata num sentido negativo, porque aprisiona. A pessoa se funde à outra, deixando de enxergar a si própria. Vai um exemplo: se o namorado se matricula na academia, a namorada vai atrás e faz o mesmo. Ainda que não goste, ela acaba se obrigando a gostar, esquecendo de si mesma, das suas próprias vontades.
Paixão-problema
Só conhecendo as histórias de quem já sofreu na pele uma paixão dessas para entender até que ponto as coisas podem chegar num amor que não conhece os limites entre o "eu" e o "outro". Vou contar a história de uma amiga minha (não posso dizer o nome se não ela me deleta). Ela sofreu horrores antes de dar a volta por cima. Ela namorou durante cinco anos e meio um homem por quem se apaixonou perdidamente. Foi uma relação muito perturbadora, porque ela deixou de prestar atenção em si mesma, se anulou para viver em função apenas dele.
Ela deixou de dançar, de sair com as amigas e de fazer coisas que gostava para ficar com o namorado. Lembro que ela ficava madrugada afora digitando sua monografia para, no dia seguinte, mesmo cansada, poder ficar com ele. E, mesmo não sendo respeitada e não tendo o valor reconhecido pelo esforço e dedicação por ele, minha amiga achava que estava tudo bem.
Chegou até a fazer dieta porque ele insistiu. E olha que ela não se sentia mal com o corpo que tinha. Mas ela achava que, se ele estava pedindo, ela tinha que obedecer. Fez a dieta com o maior prazer, nem chegou a parar para pensar “ele deveria gostar de mim como eu sou, como eu me sinto bem”. Além disso, após ser instigada várias vezes a sentir ciúme, minha amiga passou a ter um ciúme doentio do namorado e foi se tornando uma pessoa cada vez mais retraída, porque se deixava ser domina pelo amado e pela paixão que sentia por ele. Minha amiga entrou em depressão e teve que fazer terapia até que um dia ela se deu conta, graças à terapia, que o que ela estava fazendo a si mesma era monstruoso. Voltou a sair comigo e nossas amigas, aos poucos se socializando novamente. Através dela eu e nossas amigas pudemos nos prevenir contra a “passione” e entender a “pathos”, o que hoje nos deixa preparadas para viver um amor tranqüilo, sem medos, sem mudanças radicais, de entrega e de harmonia.
Cuidem bem do seu coração!!
Bjs doces,
V. L.

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